Haveria de chegar o dia em que as palavras encostar-se-iam umas às outras a fazer cama de vento, assobio chuvoso de prosa em distância de ponte, falésia morna para receber as quatro chuvas, a muitas mãos, a muitos sonhos.
Este livrinho nasceu pelo e para o afeto das amizades. E está inconcluso, em progresso, porque, mesmo para o leitor, outros verbetes estarão nas vizinhanças das páginas, como que em revoo de pássaros. E é um livro da nossa língua, a nossa língua brasileira, angolana, portuguesa, diversa e única, cordas de muitos tons em um mesmo instrumento. Pela língua, a nossa língua, fotografamos as nossas memórias verdadeiras e inventadas, porque recriam o que já ficou tão distante e também não nos abandona.