“Terra Morta”, de Castro Soromenho, é um dos romances mais marcantes da literatura angolana, escrito durante o período colonial. A obra denuncia as consequências da colonização portuguesa em Angola, retratando a destruição das comunidades indígenas e a violência imposta pelo regime colonial.
A história se passa em uma aldeia africana devastada pela exploração dos colonizadores, que impõem um sistema opressor baseado no trabalho forçado e na submissão das populações locais. O romance acompanha a degradação das condições de vida dos angolanos, mostrando como a cultura tradicional é desmantelada pelo choque com a civilização europeia.
A narrativa se caracteriza por um realismo cru, expondo a miséria, o sofrimento e a desesperança do povo colonizado. Castro Soromenho, embora português, demonstra uma profunda empatia pela realidade dos africanos, destacando a brutalidade do colonialismo e os impactos psicológicos e sociais dessa dominação.
“Terra Morta” faz parte de uma trilogia, juntamente com “Viragem” e “A Chaga”, e é considerada uma das primeiras grandes denúncias literárias sobre a exploração colonial em Angola. Seu estilo mescla o romance social com elementos da tradição oral africana, tornando a obra uma referência essencial na literatura anticolonial.