Lourentinho, Dona Antónia de Sousa Neto e Eu

José Luandino Vieira

Duas novelas compõem este livro – «Kinaxixi Kiami» e «Estória de família (Dona Antónia de Sousa Neto)» -, duas novelas que se passam nos últimos anos do colonialismo em Angola e que mostram duas faces a um tempo interligadas: a do interior do país e a da capital. A primeira apresenta-nos uma natureza pródiga que o homem-colono tenta em vão dominar (daí a tonalidade ecológica, elemento novo na literatura angolana); a segunda centra-se num almoço de pedido de casamento, óptima oportunidade para ilustrar a facúndia patrioteira do anfitrião luandense, amigo dos agentes da PIDE…
Estes textos, que datam de 1971 e 1972, foram os últimos que Luandino Vieira produziu no Campo de Concentração do Tarrafal. Correspondem à fase irradiante da sua escrita, em que o leitor, como diante de um quadro de Brueghel, se sente investido de um poder de recomposição e, até, de recriação – um verdadeiro deleite.

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CAMINHO

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Duas novelas compõem este livro – «Kinaxixi Kiami» e «Estória de família (Dona Antónia de Sousa Neto)» -, duas novelas que se passam nos últimos anos do colonialismo em Angola e que mostram duas faces a um tempo interligadas: a do interior do país e a da capital. A primeira apresenta-nos uma natureza pródiga que o homem-colono tenta em vão dominar (daí a tonalidade ecológica, elemento novo na literatura angolana); a segunda centra-se num almoço de pedido de casamento, óptima oportunidade para ilustrar a facúndia patrioteira do anfitrião luandense, amigo dos agentes da PIDE…
Estes textos, que datam de 1971 e 1972, foram os últimos que Luandino Vieira produziu no Campo de Concentração do Tarrafal. Correspondem à fase irradiante da sua escrita, em que o leitor, como diante de um quadro de Brueghel, se sente investido de um poder de recomposição e, até, de recriação – um verdadeiro deleite.