entrego-te as palavras
que entre meus dedos construí
para alimentar de ti os recantos da casa
invadindo o coração da noite
entrego-te as palavras com a redonda luz
das maçãs sobre a mesa e o rumor da água
rasgando o caminho da paixão
em horas que já não conseguimos sem ajuda recordar
mas que habitam a mais frágil memória de nós próprios
palavras jorrando dos meus olhos
invadindo-te o sono e tropeçando
nas esquinas das frases que decoro
ao longo dos veios da tua pele